Publicado em: 09.08.2022 ás 8:55 AM
Biodiversidade na decoração do muro do Aeroporto

Os trabalhos de desenho e pintura do muro da biodiversidade, que vai despertar a consciência do cidadão sobre a necessidade de preservar as espécies da flora e fauna, iniciaram formalmente sábado em Maputo e prolongar-se-ão até Abril de 2023.
Trata-se de uma iniciativa levada a cabo pela Reciclagem Moçambique e tem o apoio do Fundo de Energia FUNAE, FP juntamente com outros parceiros, visando elevar o grau de consciência em relação ao dever de toda a sociedade contribuir à preservação de espécies da fauna bravia, em risco de extinção, a fauna marinha bem como a flora.
No decurso dos trabalhos, diversos artistas moçambicanos com particular realce para o decano das artes plásticas, Noel Langa, vão revestir as paredes do apelidado “muro da vergonha”, nas proximidades do Aeroporto Internacional de Maputo, com imagens de espécies eleitas e, por conseguinte, emprestar uma nova roupagem àquela área da urbe.
Discursando no acto de lançamento, havido sábado, em Maputo, a Secretária Permanente do Ministério da Terra e Ambiente, Emília Fumo, destacou as diversas acções em curso com vista a proteger as espécies em risco de extinção.
Fumo apontou, a título de exemplo, que 25 por cento do território moçambicano é constituído pela flora, e que nos últimos cinco anos mais de 10 mil espécies faunísticas foram translocadas para diversas áreas de conservação existentes no país. O feito contribuiu para o aumento da quota de várias espécies, outrora dadas quase como extintas.
“O resultado até aqui alcançado é fruto dos esforços visando aumentar as áreas protegidas e as espécies que nelas habitam”, disse Fumo, apontando como exemplo a recém-terminada Conferência Regional sobre Maneio Sustentável e Integrado da Floresta do Miombo, em Maputo, cujo saldo foi a necessidade de esforços colectivos para a conservação da vegetação.
O ambientalista e promotor da iniciativa, Rui Silva, enalteceu os ganhos que o país está a lograr no combate à caça furtiva, mercê da intensificação da fiscalização nas áreas de conservação.
“Os 36 murais, que terão desenhos de espécies como o elefante, rinoceronte, pangolim e os mangais, servirão para despertar a consciência do cidadão sobre os perigos de males como o abate indiscriminado das espécies”, disse Silva que enalteceu o contributo dos vários parceiros envolvidos, como é o caso do Fundo de Energia.
Ercília Macovele, em representação da empresa Aeroportos de Moçambique (AdM), dona do muro a ser decorado, afirmou que o projecto vai transformar a zona e constituir um cartão de visita aos cidadãos de várias nacionalidades que têm no aeroporto o ponto de entrada para o país. A decoração dos murais com desenhos da fauna bravia, marinha e da flora, segundo Macovele, não só vai emprestar uma bela imagem turística, mas também contribuir à redução do número de casos de tráfico de animais, bem como a preservação dos habitantes.